Os participantes concentram-se no Corso Cavour de Perugia e às 9:00 da manhã inicia a caminhada. Todas as cidades presentes trazem consigo o estandarte com o brasão que representa o município, as associações e escolas carregam suas bandeiras e faixas, as pessoas vestem-se com as cores do arco-íris que são o símbolo da manifestação: cores diversas interagindo harmoniosamente. Além dos grupos que são inscritos com antecedência, qualquer pessoa pode participar, basta unir-se à multidao e caminhar.
Depois de uma hora e meia descendo a estrada que leva para a parte baixa da cidade, os primeiros participantes chegam na Ponte San Giovanni. Mais duas horas e o pessoal começa a passar do lado da minha casa, em Bastia Umbra. É um mar de gente, ou melhor, um rio tranqüilo e com um fluxo contínuo, formado por mais de cem mil pessoas.
Tantos jovens e crianças, famílias, ativistas, músicos, gente de todas as idades.
Por volta das 14:00 começam a subir a estrada de Assisi que como o centro de Perugia, também fica em uma colina. Seguem em direção da antiga fortificação da cidade que foi construída na parte mais alta e que é o final da marcha. Os primeiros chegam depois de mais uma hora de caminhada e aos poucos a multidão vai se juntando no grande campo diante da Rocca di Assisi.
A marcha deste ano foi precedida por dois dias de diálogos e reflexões no Forum da Paz, onde foram discutidos vários temas ligados à formação de uma nova cultura de paz.
Flavio Lotti, Coordenador da Tavola pela Paz, declara:" Queremos construir uma Itália melhor, para poder fazer um mundo melhor. Existe muita violência, egoísmo, desilusões, amargura e tristeza. Existe muito fechamento. Marchamos porque queremos uma cultura diversa. Aos políticos dizemos que queremos coerência entre os comportamentos em âmbito público e privado. A política deve caminhar com os cidadãos."
Foi muito positivo participar de uma manifestação assim, pois passei por um período de recolhimento e ceticismo em relação a iniciativas que envolvem o coletivo, um período para me situar melhor depois de tantas desilusões relativas à coletividade da qual participava no Brasil e que me fez ter vontade de procurar outras referências. Chegando aqui, vi que os problemas também não eram poucos, mas com um pouquinho a mais de justiça social. No final das contas, percebi que este pouco representa muito para quem acredita em um mundo mais justo, e que foi conquistado com muita luta, coragem e tomada de posição. Poder participar com outras pessoas, integrar-se, encontrar convicções comuns são coisas que devem fazer parte da vida de todo cidadão. Acho que o dia de hoje foi importante nesse meu percurso de integração.
É bom ver que no meio de tantas idéias absurdas, violentas e dicriminatórias disseminadas ultimamente na Itália, muita gente ainda conserva o bom senso e o respeito pelos direitos humanos. Ufa, que alívio!!!
Para maiores informações sobra a marcha, esta é o link do site oficial do evento: