quarta-feira, 26 de agosto de 2009

O ensino na Itália

Dentro da lógica " quero ampliar meus horizontes", uma das atividades mais interessantes para um estrangeiro desenvolver em um novo país é estudar, e isso serve para todas as faixas etárias. No caso das crianças e adolescentes, a estrutura de ensino italiana absorve bem a integração de alunos provenientes de outros países, apesar de que, com o aumento do fluxo migratório nos últimos anos, têm surgido algumas reações restritivas por parte de políticos conservadores que estão atualmente no governo, tais como limitar o percentual de estrangeiros por sala de aula e fazer classes separadas para alunos com pouco conhecimento da língua italiana. Em geral, os professores apostam na integração como ferramenta de trabalho, e pude conferir isso em relação ao tratamento dado à minha filha e aos filhos de outros brasileiros que conheço. A lei italiana, que teve mudanças em 2000, garante a todos o direito ao estudo obrigatório gratuito e de qualidade, que vai do início do primário (scuola elementare) até o segundo ano do ensino médio superior (que é obrigatório até o segundo ano, mas que em geral tem cinco anos).

De 0 a 2 anos se pode contar com as creches ( asilo nido) . Dos 3 aos 5 anos, as crianças freqüentam as escolinhas infantis que têm um trabalho excelente de pré-alfabetização. Essas estruturas podem ser privadas ou subvencionadas pelo governo, com pagamento regulado de acordo com a renda dos pais, onde está incluída a taxa para o almoço, pois as crianças são atendidas em período integral.

Dos 6 aos 11 anos o aluno passa pela primeira fase do ensino obrigatório, a escola primária (scuola elementare), que é classificada como uma das melhores da Europa e é gratuita. Aos 11 anos o aluno inicia o ensino médio inferior que dura três anos e que no final exige do adolescente uma escolha importante que influirá no seu futuro profissional: a escolha da área a seguir na próxima fase, pois o ensino médio superior oferece cinco opções diferentes. Cada opção enfatiza uma área diversa que vai das humanidades ao ensino técnico-tecnológico e artístico, e se deve considerar que nem todos os cursos são preparatórios para o temível "esame di maturità" que acesso aos cursos universitários. Para fazer este exame, é necessário ter cursado os cinco anos do ensino médio superior.

As universidades são, na maioria, estatais e algumas são a "numero chiuso", ou seja, fazem um exame tipo vestibular. Para aquelas onde as inscrições não superam o número de vagas, basta apresentar a nota do exame final do ensino médio superior(maturità). São previstas taxas anuais que variam de acordo com o curso, podendo ser isentados os alunos que têm bolsas de estudo por bom desempenho. Algumas estruturas oferecem alojamento estudantil e refeitório. Os cursos são divididos em blocos de 3 e 2 anos, sendo estes últimos voltados para a especialização. Para alunos estrangeiros que desejam ingressar nas universidades são previstos testes de avaliação da língua italiana. Para saber mais sobre esse argumento, visite o site: http://www.ambbrasilia.esteri.it/Ambasciata_Brasilia/Menu/I_rapporti_bilaterali/Cooperazione+culturale/
Uma prática adotada aqui que considero muito positiva, é a prova oral que é adotada desde a escola pimária até a universidade e forma o aluno no sentido de saber expressar verbalmente as suas idéias, argumentar e apresentar-se diante de outras pessoas. Este tipo de avaliação constitui uma parte importante da nota final do "esame di maturità"onde os alunos são interrogados por uma comissão sobre o conteúdo de todas as matérias estudadas nos cinco anos.

Avaliação aqui é coisa séria: repete de ano o aluno que não estuda e que tem nota de comportamento baixa.

Para uma visão geral da estrutura educacional italiana, recomendo este link: http://www.expo-studyabroad.com/pt/Conteudo.asp?CodigoConteudo=20020104163033&CodigoSecao=18

Para todos os que desejam estudar na Itália, crianças e adultos, vale esta dica de legalizar os seus documentos referentes a estudos anteriores. Essas legalizações são feitas no setor de cultura dos consulados italianos no Brasil.

Uma vez residente aqui, se pode ter acesso a diversos tipos de cursos gratuitos de qualificação profissional, financiados pelo Estado Italiano e pelo Fundo Social Europeu, que, algumas vezes, oferecem também um período de estágio remunerado. Cada região administra estes recursos, que são repassados para as províncias que organizam os cursos. Para se informar basta entrar nos sites oficiais das províncias e procurar no setor " formazione" e "corsi gratuiti". Outra coisa que vale a pena procurar são os cursos de língua italiana para estrangeiros, sempre gratuitos, oferecidos pelas prefeituras mesmo de cidades pequenas. Em geral são muito bons e alguns são divididos em níveis que vão do básico até o avançado.

Resumindo, esta é uma visão geral do ensino na Itália, que, apesar de todos os problemas do país, das últimas crises econômicas e de intolerâncias sociais, funciona de forma bastante satisfatória.

Se você tem dúvidas ou quer complementar este argumento, deixe o seu recado!

2 comentários:

  1. Na Universidade de Firenze houve algumas alteraçoes desde do ano passado. Para todos os cursos existe a obrigaçao do teste de admissao. Porem para os cursos que nao sao de "numero Chiuso" voce consegue fazer a matricula mesmo que nao supere o teste. A condiçao è que voce deve superar o teste, antes de finalizar o curso. Sem a superaçao do teste, voce nao consegue o seu diploma.

    Vale lembrar tambem, que estrangeiros nao residentes na Italia, devem fazer um teste de conhecimento da lingua italiana.

    Um abraço pra ti

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  2. Ola Cris
    Na Universidade de Firenze voce sabe se o aluno pode trazer do Brasil um certificado de conhecimento da lingua italiana tipo CELI ( emitido pela Universidade de Perugia)ao invés de fazer o teste de ingresso?
    Um abraçao pra vc também!

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